UNE está sob suspeita de fraude milionária

Empresas foram contratadas para o congresso dos estudantes, em julho deste ano, em Brasília. No endereço onde essas empresas deveriam funcionar, não há qualquer sinal de atividade.

A reportagem do jornal “O estado de São Paulo” investigou nove convênios da União Nacional dos Estudantes (UNE) com o Ministério da Cultura. Um deles garantiu R$ 435 mil à UNE para impressão de livros e a realização de um documentário, material que não teria sido produzido.

“A UNE enviou satisfações, justificou o fato de ela não ter conseguido concluir o projeto e reivindicou que esse prazo possa ser postergado. Portanto, na nossa opinião, esse pedido está sendo analisado pelo Ministério da Cultura e não tem nada de irregular nessa situação”, justifica o presidente da UNE, Augusto Chagas.

Outra suspeita de irregularidade é sobre o congresso nacional da entidade que aconteceu em julho passado, em Brasília. Para organizar o congresso, a UNE recebeu R$ 342 mil e, ajuda federal – R$ 29 mil para gastos com segurança. A suspeita é de que empresas de fachada, sediadas em Salvador, tenham sido usadas para justificar as despesas.

Segundo a reportagem de “O estado de São Paulo”, foram apresentados ao Ministério da Cultura dois orçamentos na prestação de contas da UNE. Um deles é da empresa Patorg Segurança, com sede em Salvador. No local, não há sinal de nenhuma atividade. O outro, da empresa MG serviços de limpeza e portaria, também baiana, que não tem funcionários. Nossa equipe esteve no local, mas não encontrou ninguém.

“Tudo do sindicato. O que está aí, está vazio”, afirma a comerciante Elizete Oliveira Machado.

“A UNE vai procurar apurar para saber sob quais circunstâncias o nome dessa empresa apareceu no nosso projeto. Mas eu insisto que essas empresas nunca foram contratadas pela UNE”, diz Augusto Chagas.