segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Alho é iguaria fina e cara na Ásia

Em Hong Kong, os preços dos imóveis disparam no ritmo do crescimento chinês. As Bolsas do país também parecem não ter limites: subiram mais de 70% este ano. São as bolhas chinesas, infladas pelo dinheiro que o governo jogou na economia para combater a crise mundial. Ouro, cobre, tudo disparou. Mas ganhou dinheiro mesmo quem investiu em um produto inusitado: o alho.

O preço começou a subir com a chegada ao país da nova gripe, já que o alho é famoso por aumentar as resistências do organismo. Um homem de 74 anos disse que não tem um resfriado há muitos anos e atribui ao alho.

Especuladores passaram a fazer estoques, criando uma espécie de mercado futuro do alho. Foi aí que o preço explodiu: 300% este ano, 4000% em algumas províncias chinesas. Um estrategista financeiro disse que os investimentos tradicionais subiram entre 50% e 100%: "Alho era a última coisa que esperávamos, mas foi o que aconteceu".

O alho raramente é usado na cozinha japonesa, por isso o país está relativamente imune a essa bolha. Com exceção de alguns restaurantes, onde este é o ingrediente principal, a estrela da casa, presente em todos os pratos e está se tornando iguaria fina.

O gerente do restaurante explicou que o alho japonês custa o dobro do chinês, porque é maior e, segundo ele, mais saboroso. Aqui é produzido com tanto cuidado que todas as unidades têm, precisamente, seis dentes. O quilo custa até R$ 60. Ele mostrou dois pratos que fazem sucesso no restaurante: pão, parecido com a que é servido em qualquer churrasco de fim de semana no Brasil, e um filé, também carregado no alho.

Enquanto essa bolha não estourar, degustar um dente de alho na Ásia vai ser mais ou menos como comer caviar: coisa de gente rica.

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