Há um ano nós mostramos o caos nas cadeias do Espírito Santo. Celas completamente lotadas, policiais sem qualquer condição de trabalho, gente presa dentro de contêineres. Nossos repórteres voltaram a visitar essas cadeias. Encontraram promessas, explicações e novas cenas absurdas.
Algemados uns aos outros, os presos ficam amontoados em um espaço improvisado e que não oferece nenhuma segurança.
"Isso aqui é como uma casa de papelão, se eles empurrarem a parede eles, fogem e aí a culpa é de quem?”, pergunta o investigador Willian Bermudes.
Não é um presídio. É a delegacia de Vitória. Teoricamente, um local que não deveria manter presos que já foram julgados. Esta semana os policiais civis fizeram uma manifestação em frente à delegacia.
“Queremos melhores condições de trabalho. Não dá para trabalhar com os presos soltos”, diz o investigador Willian Bermudes.
Deslocados da função, muitos investigadores deixaram de investigar crimes para ficar vigiando presos em delegacias da Grande Vitória. Os detentos ficam dentro dos automóveis, que deveriam apenas ser usados para o transporte dos presos. Policiais armados passam o dia vigiando os presos até na hora em que eles vão ao banheiro.
As imagens foram gravadas pelo sindicato dos investigadores há pouco mais de uma semana e revelam a sujeira das celas metálicas. É uma espécie de contêiner, que também fica constantemente superlotado.
É a mesma situação que o Bom Dia Brasil mostrou há um ano, quando exibimos as delegacias abarrotadas de presos no Espírito Santo.
O governo do estado pretende investir R$ 200 milhões para melhorar a situação das delegacias. Só este ano, sete presídios foram construídos no Espírito Santo. Mas o governo reconhece que aumentar o número de vagas nas cadeias não é solução definitiva.
“Temos um grande problema: prende-se em média 90 pessoas por semana e saem 40. Há um déficit de 50 por semana. Significa que em dois meses e meio temos a população de uma penitenciária para 500 presos. Precisamos mudar a Legislação, ampliar o leque de penas alternativas, para se buscar uma solução definitiva”, avalia o secretário estadual de Justiça Angelo Roncalli.
Ontem, foram inaugurados dois presídios de segurança máxima, em Guarapari e na cidade de São Mateus, no norte do estado. Eles vão receber presos provisórios, que ainda não foram julgados.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Cadeias do Espírito Santo continuam em colapso
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